“… muitas vezes, para entendermos algo que parece complicado, precisamos de parábolas, metáforas e representações. Nanshe acreditava que era mais fácil lembrar de uma regra, um conceito aparentemente chato quando este ganha vida e vira um personagem com motivações e desejos. Quando um simples conceito é traduzido em um rosto, um nome e uma personalidade.

Afinal, não é isso o que as histórias fazem, te envolvem em uma fantasia até que você possa ver a realidade com outros olhos? Como usar óculos pela primeira vez e descobrir que do borrão se fez palavras, de um nome, se fez uma ideia inteira. Um jeito de pensar pode nos mostrar uma forma totalmente nova de falar. As frases ganham vida, e as regras, em vez de serem decoradas, são compreendidas.

Por isso, ela decidiu usar sua história para ensinar. Ao invés de listas de exercícios ou ações já conhecidas, ela se apoiaria em aventuras, perigos e descobertas. Misturaria o conhecimento com narrativa. Tentaria criar um enredo tão imerso na imaginação que aprender aconteceria quase sem esforço, exigindo apenas se entregar a alegorias, ter paciência para a magia se desenrolar na frente de seus olhos, dando espaço para crescer e se tornar algo maior.”

Nanshe, a escriba de Nineveh